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Via Verde AVC: como funciona a “autoestrada” que dá prioridade absoluta no hospital?

Fonte e fotos;Pplware

Abreviado para AVC, um acidente vascular cerebral é a principal causa de morte em Portugal. Pela urgência que está associada ao socorro do paciente, existe um protocolo de emergência médica desenhado para garantir que as vítimas recebem tratamento especializado no menor tempo possível. Entenda como funciona a Via Verde AVC!

AVC




Em todo o mundo, estima-se que uma em cada seis pessoas terá um AVC; a cada segundo uma sofre esta enfermidade; e a cada seis segundos esta doença é responsável pela morte de alguém.

Segundo a Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral, Portugal é, na Europa Ocidental, o país com a mais elevada taxa de mortalidade, sobretudo na população com menos de 65 anos. Aliás, no nosso país, esta é a principal causa de morte.

Como ocorre um acidente vascular cerebral?

Com inúmeros fatores de risco, e alguns deles incontroláveis, o AVC resulta da lesão das células cerebrais, que morrem ou deixam de funcionar normalmente, pela ausência de oxigénio e de nutrientes na sequência de um bloqueio do fluxo de sangue (AVC isquémico) ou porque são inundadas pelo sangue a partir de uma artéria que se rompe (AVC hemorrágico).

Nos isquémicos, que correspondem à grande maioria dos casos, as células do cérebro morrem pouco tempo depois da ocorrência desta lesão.

Contudo, uma vez que pode durar algumas horas se o fluxo de sangue não estiver completamente interrompido, é fundamental agir rapidamente de modo a minimizar as lesões cerebrais.

Além desta, existe outra forma de duração mais reduzida, inferior a 24 horas, que se designa acidente isquémico transitório (AIT). Nestes casos, o entupimento da artéria cerebral é momentâneo e os sintomas podem durar alguns minutos ou horas.

De ressalvar que, mesmo nos casos transitórios, é fundamental recorrer ao hospital, uma vez que um AIT pode ser o primeiro sinal de um AVC com consequências devastadoras.

Os 3 “F”

Reconhecer um AVC é relativamente simples, recorrendo à regra dos 3 “F”. Estes sintomas podem surgir de forma isolada ou combinados:

  • Face: a boca está torta ou um lado do rosto parece “caído”?
  • Força: há falta de força num braço ou perna?
  • Fala: a pessoa tem dificuldade em falar, diz frases sem sentido ou a voz está “enrolada”?

Imagem gerada com recurso à Inteligência Artificial.

A urgência do tratamento em caso de AVC

Em caso de AVC, agir rapidamente é fundamental, porque o cérebro depende de um fluxo constante de sangue e oxigénio.

Quando esse fluxo é interrompido ou ocorre uma hemorragia, as células cerebrais começam a sofrer danos em poucos minutos. Assim, quanto mais tempo passa sem tratamento, maior é a área do cérebro afetada e mais graves tendem a ser as sequelas, como dificuldades na fala, no movimento ou na memória.

Considerando que cada minuto conta e atrasos podem ter consequências irreversíveis, a resposta imediata é crucial, permitindo o acesso a tratamentos eficazes, que só podem ser administrados numa janela de tempo limitada.

Caso testemunhe um AVC, ligue para o 112!

Caso testemunhe um AVC, verificando os chamados 3 “F”, contrarie o instinto de se deslocar, de carro, para o hospital mais próximo. Em vez disso, ligue imediatamente para o 112.

Ao ligar para os serviços de emergência, é possível ativar mecanismos que encaminham o doente para hospitais preparados para diagnosticar e tratar o AVC com rapidez.

Esta rapidez aumenta significativamente as hipóteses de sobrevivência e de recuperação funcional, reforçando a ideia de que, perante sinais de AVC, a melhor decisão é agir de imediato e nunca esperar que os sintomas passem sozinhos.

Crédito: Igor Martins/ Observador (2024)

Via verde AVC assegura tratamento o mais rápido possível

Num cenário de AVC, a Via Verde AVC funciona como uma “autoestrada” de sobrevivência que envolve várias etapas coordenadas:

  • Chamada para o 112

Este é o passo mais importante. Nunca deve levar o doente ao hospital por meios próprios. Ao ligar para o 112, a chamada é encaminhada para o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM.

  • Triagem e ativação

Após confirmarem a suspeita de AVC, os profissionais do INEM ativam a “Via Verde”, alertando imediatamente o hospital de destino.

  • Transporte especializado

Uma ambulância é enviada para prestar os primeiros cuidados e transportar o doente para o hospital com a Unidade de AVC mais adequada, ou seja, que tenha capacidade para realizar exames de imagem e tratamentos como fibrinólise ou trombectomia.

  • Receção hospitalar

Ao chegar ao hospital, a equipa médica já está à espera do doente, ignorando as filas de espera habituais da urgência para realizar um TAC e iniciar o tratamento de imediato.

Não perder tempo pode reduzir as sequelas

Em Portugal Continental, existiam cerca de 34 hospitais, em 2024, preparados com equipas de Via Verde AVC.

Os tratamentos mais eficazes, como a administração de fármacos para dissolver coágulos, têm uma janela de tempo limitada, geralmente até 4,5 a 6 horas após o início dos sintomas.

Por isso, o encaminhamento via 112 reduz significativamente o tempo até ao tratamento, e aumenta as probabilidades de uma recuperação total ou com menor grau de incapacidade.

Fonte e fotos; Pplware

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