Os vereadores do PS na Câmara Municipal de Alcobaça votaram contra o aumento de 2,7 por
cento para o próximo ano das tarifas do saneamento de águas residuais (vulgo esgotos) e
propuseram manter os valores atualmente em vigor da água e saneamento.
Segundo os vereadores socialistas Carlos Guerra, António José Henriques e Liliana Vitorino, o
aumento que a autarquia liderada por Hermínio Rodrigues (PSD) pretende introduzir no próximo
ano só ocorre “porque os rácios do grau de cobertura de gastos são muito deficitários, como
reconhecido pelos Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento (SMAS)”, o que demonstra
uma ineficácia na gestão dos SMAS.
Para os socialistas, os SMAS “não têm demonstrado iniciativas para diminuir os custos de gestão
e não têm fiscalizado a rede, permitindo mistura de águas pluviais com esgotos”, uma situação
que provoca o aumento do caudal a tratar e a pagar.
Os três vereadores defendem que a regularização do Grau de Cobertura de Gastos “não pode
ser realizada através do aumento das tarifas aos consumidores”, mas, ao invés, “através da
melhoria da gestão do serviço de saneamento de águas residuais e diminuição das despesas
correntes dos SMAS que representam 84 por cento das despesas”. Os Vereadores notam ainda
que, do orçamento de mais de 9 milhões de euros previsto para 2023, apenas 1,5 milhões será
para investimento, situação que consideram inaceitável.
O voto contra dos vereadores do PS ao aumento dos preços da tarifa de saneamento é
sustentado com base na atual situação económica das famílias e das empresas, “que não
comporta um aumento de preços desta natureza” e com o facto da Câmara Municipal de
Alcobaça apresentar capacidade financeira para acomodar esta despesa. “O concelho de
Alcobaça tem uma rede muito deficitária de saneamento e já tem uma tarifa superior a muitos
concelhos da zona”, contrapõe os socialistas, que discordam da decisão de aumentar os preços,
reafirmando que não podem continuar a ser os consumidores a pagar os erros de gestão dos
SMAS.