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TGV – Quais as opiniões e preocupações dos presidentes das juntas afetadas?

A futura Linha de Alta Velocidade (TGV) irá impactar seis freguesias do concelho de Alcobaça, e a CFM está a ouvir os respetivos presidentes de junta para conhecer as suas opiniões e as preocupações dos fregueses.

A freguesia de Aljubarrota é a mais afetada no que toca à demolição de casas, mas também à destruição de zona natural. Falamos especialmente das zonas da Lagoa do Cão e do Cadoiço, ou da Ribeira do Mogo, sendo esta última uma das mais verdes do concelho.

Nesse sentido, e para minimizar os constrangimentos, o presidente da junta de freguesia, José Lourenço, esclarece que a junta sugeriu que o TGV passe em subterrâneo.

“Portanto, a junta deu um parecer desfavorável às duas alternativas das linhas. Não quer dizer que elas não as venham a fazer…. O que nós queremos realmente, e foi a proposta que fizemos, foi que seja em subterrâneo, para não prejudicar tanto. Agora vamos ver e aguardar…”.


Os fregueses, especialmente os que têm as suas casas e terrenos assinalados para demolir, têm mostrado bastante preocupação – algo que o autarca compreende.

“Os fregueses estão preocupados, claro. Se eu tivesse a minha casa lá, também estaria… Porque para além do valor da casa, há também o valor sentimental! Eu passei muito e trabalhei muito para fazer a minha casa. E também tem valor, não é? Agora chegarem ali de um dia para o outro e as pessoas têm de ir embora, não pode ser”.


O presidente da Junta de Freguesia de Turquel, José Diogo, manifesta-se reticente quanto ao traçado definido, alegando que este passará por zonas habitadas, resultando na demolição de habitações, quando poderia atravessar áreas sem construções.

“Acho inaceitável termos um sopé da Serra de Aire e Candeeiros, onde não há casas nem comércio, e mesmo assim, a linha passar por dentro da civilização”, afirma, criticando as entidades responsáveis por darem mais prioridade aos impactos ambientais do que à salvaguarda das pessoas e bens.


Já o presidente da União de Freguesias de Coz, Alpedriz e Montes, Álvaro Santo, esclarece que os impactos na sua freguesia serão mínimos, uma vez que passará essencialmente por zonas florestais.


Fernando Azeitona, presidente da Junta de Freguesia de Évora de Alcobaça, manifestou-se contra o projeto, destacando que a passagem do TGV poderá afetar profundamente a vida das famílias da região.

“Este traçado, embora tenha menos impacto em termos de construções, traz consigo a destruição de acessos importantes e separação de comunidades”, afirmou.

Segundo o autarca, várias famílias que vivem próximas, podem ter de ser divididas pela demolição de casas, afetando o quotidiano e o acesso a terrenos agrícolas e florestais.

O presidente reforçou que a população local está apreensiva, temendo as consequências para os seus bens e para a segurança na estrada IC2, que já é considerada perigosa.


Por outro lado, Valter Ribeiro, presidente da União de Freguesias de Pataias e Martingança, considera que a passagem da Linha de Alta Velocidade pela sua freguesia terá um impacto mínimo.

“Apenas uma pequena parte da freguesia será afetada, na zona de Melvoa, e, mesmo assim, poderá não haver impacto significativo, já que a linha passa por um viaduto”, explicou.


A CFM tentou também contactar a presidente de Junta de Freguesia da Benedita, Maria de Lurdes Pedro, mas ainda não conseguimos obter declarações.


R. Cister, Adriana Zeferino

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