O Instituto Politécnico de Leiria e a Câmara Municipal de Leiria inauguram hoje, 6 de maio, pelas 16h30, na Cisterna do Castelo de Leiria, a exposição internacional ‘Cisterna — Ritmos e Arritmias da Poética Têxtil’, composta por mais de 1.000 peças criadas em suporte têxtil ou multimatéria, no formato 10×10 cm, da autoria de estudantes do ensino superior, alunos do ensino básico, utentes de associações e instituições sociais, entre outros grupos, oriundos de 10 países. A mostra, que visa valorizar o potencial dos têxteis como suporte para a expressão cultural e social, fica patente em Leiria até 6 de julho.
A exposição insere-se no projeto de investigação ‘Programação e intervenção social pelas artes no ensino superior: ensaios interdiscursivos’ (PIAES), com epicentro em Leiria e numa parceria entre os institutos politécnicos de Leiria, de Bragança e de Viseu, que tem como âncora o projeto internacional ‘Cartografias Têxteis’, da Associação de Professores de Expressão e Comunicação Visual (APECV) e do grupo de investigação GriArCE (2021), que articula práticas artísticas, investigação participativa e processos colaborativos para explorar memórias, identidades e narrativas comunitárias por meio do têxtil.
As mais de 1.000 peças expostas em Leiria, oriundas de vários pontos do mundo, foram criadas no âmbito do projeto ‘Cartografias Têxteis’ e do PIAES, nomeadamente em workshops de cocriação realizados em Portugal, entre setembro de 2024 e abril de 2025, em unidades curriculares no ensino superior, em disciplinas ou ateliers no ensino básico, no Estabelecimento Prisional Leiria (Jovens), em Organizações não Governamentais (ONGs), e em Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e associações culturais.
“Este evento não só valida o percurso formativo, como fortalece a ligação com a comunidade, criando um ambiente onde diferentes vozes e experiências se cruzam. Esse envolvimento amplia o impacto social da exposição, consolidando-a como um elo de coesão comunitária, onde a arte não é apenas apresentada, mas sim vivenciada e ressignificada coletivamente. Assim, o evento assume um papel mais profundo: não apenas celebrar os resultados alcançados, mas promover um sentido de pertencimento e continuidade cultural, estreitando laços entre os participantes e o território ao qual pertencem”, afirma Filipa Rodrigues, professora do Politécnico de Leiria e uma das curadoras da exposição.
Aos materiais expostos vão juntar-se, durante os próximos meses, outras peças realizadas através de atividades promovidas pelo Plano Nacional das Artes, no âmbito do desafio ‘Kit de mediação autónoma’, lançado pela Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha (ESAD.CR) do Politécnico de Leiria, considerando que a filosofia do projeto internacional ‘Cartografias Têxteis’ pressupõe a possibilidade de participações oriundas de grupos organizados de modo mais ou menos formal, de acordo com as opções dos participantes.
“O que é de salientar é a consistência deste projeto ao longo de cinco anos, sempre com mais e mais grupos a integrarem estas dinâmicas de partilha. A cada exposição, os grupos enviam por correio as peças que constituem a montagem da mostra em cada país e que é normalmente acompanhada por momentos de partilha de conhecimento, como programas de mobilidade Erasmus”, refere Filipa Rodrigues.
Precisamente no âmbito do programa Erasmus+, o Politécnico de Leiria receberá, durante o mês de maio, mais de 40 participantes ligados ao projeto ‘Cartografias Têxteis’.
“Temos muitas universidades a apoiar esta disseminação e produção científica sobre Arte Participativa e Democracia Cultural, e foi também por isso que escolhemos este tema para iniciar o projeto de investigação inter-politécnicos PIAES, com uma duração prevista de dois anos. Neste primeiro ano, bem como no ano que se segue, os fundamentos foram os da horizontalidade no processo educativo e artístico: os participantes fazem parte de todo o processo de construção, bem como da mostra final dos resultados, desde a conceção das peças, opções curatoriais, expografia e mediação da exposição. É uma forma de construir uma comunidade de aprendizagem (formal ou informal) onde todos são considerados protagonistas”, conclui a professora.
Mais informações sobre a exposição ‘Cisterna — Ritmos e Arritmias da Poética Têxtil’ e os projetos em que se insere estão disponíveis em: https://tinyurl.com/2faztsyc e https://tinyurl.com/43b9zyu8.