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Inauguração da exposição Longing as Struggle -na Central-Periférica

A inauguração da exposição Longing as Struggle terá lugar no dia 31 de março, pelas 17h00, na Central-Periférica, em Alcobaça.


Longing as Struggle apresenta um conjunto de obras de Valerie Karpan, Oleksandra Lytvyn, Maryna Marinichenko, Clemens Poole, Yehor Polishchuk, Oleksii Voitikh, Kamila Yanar, um grupo de artistas obrigados a abandonar a Ucrânia em função da invasão russa. Longing as Struggle resulta do trabalho desenvolvido desde Maio de 2022 e apresenta trabalhos em fotografia, vídeo, desenho e instalação.

Os artistas envolveram-se num processo de investigação artística em torno de memórias fictícias que têm como denominador comum o conceito de Traumascapes, da autora ucraniana, judia e australiana Maria Tumarkin. A historiadora da cultura, ensaísta e novelista descreve, num livro precisamente intitulado Traumascapes, a história, o destino e o poder de lugares, marcados pela dor, violência e perda.

No mundo em que habitamos, estes lugares estão em toda a parte – são locais de ataques terroristas, catástrofes naturais e industriais, genocídio, exílio, degradação ecológica e urbana, opressão política, restrições da liberdade, desânimo comunitário, e em casos extremos, guerra. Que destino terão estes e outros lugares de sofrimento e perda? Será que, em vez de engolidos pela devastação e pelo desespero, poderão emergir como marcos culturais fundamentais na definição de um futuro diferente para a humanidade e para o planeta? Como resistem estes universos dispersos, que ligações promovem, que memórias preservam, que poder produzem quando operam em conjunto e quebram as fronteiras de qualquer autoridade política, permitindo-se através da arte e da cultura destruir os pressupostos ideológicos vigentes em ações conjuntas, policêntricas e transnacionais?

Os sete artistas, há mais de nove meses em Alcobaça, em contexto de residência artística, exploraram as ruínas dos complexos industriais da região, observaram as periferias urbanas, procuraram sinais de deterioração na própria residência que habitam, observaram a desigualdade social e o que lhes pareceu resultar de processos de corrupção. Não com o objetivo de desenvolver uma resistência ativista de caráter local, mas como forma de estabelecer interpretações próprias e de reavivar memórias antigas do seu país, que os aproximasse ainda que ficticiamente das suas próprias paisagens, hoje destruídas, e ainda em busca de propostas de reestruturação da realidade que pudessem ultrapassar as circunstâncias de uma experiência individual e tornar-se coletivamente relevantes também noutras geografias.

A exposição estará patente entre 31 de Março e 5 de Maio, podendo ser visitada às sextas-feiras entre as 18:00 e 22:00 e aos sábados entre as 15h00 e as 19h00.


A Central-Periférica é um Centro de Residências e Investigação Artística situado em Alcobaça, fundado em Agosto de 2022 pela BABEL- Organização Cultural, uma associação sem fins lucrativos cuja missão é gerar oportunidades de investigação, produção de conhecimento e aprendizagem nos domínios da arte contemporânea, arquitectura e ambiente. Esta residência de emergência é apoiada pela organização Artists at Risk e pela Fundação Oriente.

Artistas:

Yehor Polishchuk, Valeriya Karpan, Kamila Yanar, Maryna Marinichenko, Oleksandra Lytvyn, Oleksiy Voytikh and Clemens Poole.
Direção de Produção: Ana Battaglia Abreu
Design de Exposição: Ana Battaglia Abreu e Wilson Esperança.
Direção Artística e Gestão: Margarida Saraiva e Tiago Quadros.

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