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BABEL faz de Alcobaça um museu sem paredes, no âmbito do Congresso Internacional de Cerâmica

Uma dupla de artistas em residência no projeto “ART, [HE]ART,
[E]ART[H] – Reviving Ceramic Traditions” transformou o centro
histórico da cidade e, por estes dias, o edifício da central-periférica
abre portas à comunidade, permitindo ao público contactar com as
criações e os artistas.

Nos dias 16, 18 e 20 de setembro, e respondendo ao desafio da Câmara Municipal das
Caldas a propósito do Congresso Internacional da Cerâmica que decorre na região, a
BABEL tem o “Atelier Aberto” e convida os congressistas e toda a comunidade a vir
conhecer o espaço da central-periférica e os artistas em residência.

O artista Nitish Jain (Índia) convida a uma Performance Multi-Sensorial Individual,
disponível em inglês e português e com a duração de 15 minutos. Intitulada “First Hand”,
oferece um envolvimento sensorial com as mesmas forças que moldam a cerâmica –
argila, ar, calor e água – uma espécie de convite para “parar de ver” e, em vez disso, entrar
em histórias incorporadas na terra através dos outros sentidos: tacto, olfacto, audição e
paladar.

Além desta experiência, o público pode conhecer a prática artística dos artistas residentes
no âmbito do “ART, [HE]ART, [E]ART[H] – Reviving Ceramic Traditions”, não só Nitish Jain
mas também Mihaela Vujnovic (Croácia), Ani Shahverdyan (Arménia) e Nina Laguta
(Ucrânia).

Dupla de artistas espanhóis faz da cidade Tela e Galeria.

Já fora de portas, os artistas Inés Escaned e Javier Tárrega (Espanha) transformaram a
cidade com intervenções artísticas audaciosas, porém, efémeras e ecológicas. O centro
histórico acordou esta segunda-feira com vários elementos urbanos — como mupis,
sinalética e caixotes de lixo — cobertos com barro selvagem.

A dupla de artistas procurou desafiar as convenções do que podemos considerar arte e
questionar a natureza dos espaços urbanos. A intenção é potenciar a reflexão sobre o
“jogo” da vida, da arte e da construção da cidade, onde as fronteiras entre o público e o
privado, o espaço urbano e o publicitário, se tornam cada vez mais nebulosas.

A obra intitulada “O Barro Esfrega o Barro” transforma a cidade numa tela (e numa galeria)
e os artistas instigam-nos a imaginar uma realidade onde todos podemos ser co-autores
da narrativa urbana. Na dança entre barro e terra, espaço público e privado, arte e
quotidiano, encontramos a possibilidade de um futuro mais dinâmico, inclusivo e
participativo.

Ao cobrir os elementos da cidade, a obra propõe que a arte pode ser vivida e
sentida no espaço que habitamos, tornando a cidade um organismo vivo.
Javier Tárrega e Inés Escaned trabalham juntos desde 2020. Tárrega é arquiteto formado
pela Escuela Técnica Superior de Arquitectura de Alcalá de Henares, com experiência em
paisagismo e urbanismo.

Cansado da burocracia no desenvolvimento de projetos de espaço público, iniciou a sua pesquisa artística, expressando-se através da pintura, escultura e instalação. Escaned, engenheira ambiental, também estudou dança contemporânea, explorando a relação entre o corpo e outras disciplinas artísticas. Juntos, eles intervêm em espaços comuns através da ação direta, desenvolvendo projetos
inspirados em contextos específicos.

SOBRE A BABEL
A missão da BABEL é gerar oportunidades de investigação e aprendizagem nos domínios
da arte contemporânea, da arquitectura e do ambiente. A BABEL é concebida como um
museu sem paredes e tem como objetivo trabalhar entre culturas e disciplinas. Para
atingir os seus objectivos, a BABEL estabelece parcerias regionais e internacionais com
instituições de reconhecido mérito educativo e cultural.

Assim, o espírito de colaboração e de criação de sinergias é essencial ao cumprimento da sua missão. Fundada em Macauem 2013, a BABEL estabeleceu-se também em Alcobaça em 2022, onde tem apoiado
artistas em situação de risco, nomeadamente, aqueles que fogem de cenários de guerra ou opressão.

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