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Apresentação do Livro “Arte, Museus e Memória. A Imagem Marítima da Nazaré”

Dóris Santos é a autora de Arte, Museus e Memória. A Imagem Marítima da Nazaré, livro lançado no dia 14 de junho, na Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, em Lisboa, e que será, agora, apresentado à Nazaré

Dóris Santos apresentará no próximo sábado, dia 2 de julho, no auditório da Biblioteca Municipal José Soares, o livro “Arte, Museus e Memória. A Imagem Marítima da Nazaré”.

O livro reflete sobre a imagem da Nazaré, que nos emociona, pela movimentação inquieta do mar e a dramaticidade das suas gentes, que resignadamente fazem perdurar tradições peculiares, das quais se orgulham através de um forte sentimento de pertença comunitária. O mar alarga o horizonte e, hoje, surfistas de todo o mundo medem forças com as ondas grandes. Mas já outros heróis as desafiavam, em frágeis embarcações de madeira, buscando a subsistência familiar através da pesca. O perigo era companheiro da audácia, a observação expectante alternava com o rebuliço do trabalho, na praia e entre as “esquininhas” da vila, onde a figura da peixeira, Nazarena das “sete saias”, continua a ser notória.

Cedo, a atração turística impôs a necessidade de discursos diferenciadores. Nacionais ou estrangeiros, todos possuem uma ideia da Nazaré, onde a visualidade é determinante. Este é um dos objetivos do presente livro, analisar o contributo da arte, nomeadamente das artes visuais, na produção imagética sobre o mar e as comunidades marítimas tradicionais, bem como a sua apresentação em contexto museológico, a partir da Nazaré.

Revendo a tese de uma produção meramente descritiva ou conexa aos valores oficiais da cultura popular e à heroicidade do Estado Novo, este estudo pretendeu efetuar o levantamento da criação artística inspirada no mar e na Nazaré, entre o final do século XIX e os anos 1970, apontando ideias para a sua revisão contemporânea. Discute ainda a legitimidade dessa produção, bem como os “usos” que dela foram feitos em prol de uma construção visual radicada em memórias marítimas.

Finalmente, sendo o mar um vetor essencial da identidade portuguesa, no domínio da sua ativação patrimonial e conservação memorial, apresentam-se práticas artísticas em museus marítimos nacionais e internacionais, discutem-se conceitos e como a arte estabelece conexões neste meio pluridisciplinar.

A autora: Dóris Santos

Doutorada em História da Arte – Especialização em Museologia e Património Artístico, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, com a tese “Arte, museus e memórias marítimas. Identidade e representação visual da Nazaré” (2020), que está na base do presente livro e foi galardoada com a 5.ª Edição do Prémio de Estudos em Cultura do Mar Octávio Lixa Filgueiras (CMI / Museu Marítimo de Ílhavo, 2021).

Mestre em Museologia e Património (2006), pela mesma Faculdade, e licenciada em História, variante História da Arte, pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (1997), possuindo também licenciatura no Ramo Educacional do mesmo curso (1999).

Exerceu os cargos de Técnica Superior no Museu José Malhoa, nas Caldas da Rainha, e Diretora / Coordenadora do Museu Dr. Joaquim Manso – Museu da Nazaré. É, atualmente, Diretora do Museu Nacional do Traje.

É investigadora do Instituto de História da Arte da NOVA – FCSH, grupo de investigação MuSt – Museum Studies. Autora e coautora de artigos e livros nas áreas da museologia, história da arte e história local, tendo como foco de interesse as leituras identitárias sugeridas pelas imagens e discursos museológicos, na sua relação com as comunidades.

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